Ao terminar o mês de outubro, mês do Rosário, as crianças e adolescentes da catequese da paróquia de Leiria rumaram até Fátima, acompanhadas pelos catequistas e pelo padre Fábio, vigário paroquial, para celebrarem o Centenário das Aparições.

Para celebrar, é preciso conhecer. Conhecer os locais e caminhos percorridos pelas três crianças; conhecer a mensagem que “a Senhora mais brilhante que o Sol” lhes veio trazer. E perceber porque é que estas três crianças, em tudo iguais a eles, transformaram a sua vida depois de verem Nossa Senhora.

O dia começou bem cedo, naquela manhã de sábado, dia 28. Nos autocarros, recordavam-se os acontecimentos de há cem anos. Era necessário ter presente a história das Aparições para melhor identificarem e vivenciarem os espaços onde tudo aconteceu. Para muitos, era a primeira vez que visitavam estes locais!


A peregrinação começou com a visita à casa dos Pastorinhos e ao poço do Arneiro, local onde costumavam brincar e onde aconteceu a segunda aparição do Anjo da Paz. Os olhos dos mais pequenos brilhavam de espanto e curiosidade, ao verem aquelas casas tão diferentes das suas, e algumas mãozitas tocaram as ovelhas no curral da casa da Lúcia. Era essencial sentirem que ali nasceram e viveram três meninos que, pela sua fidelidade e amor a Deus, se tornaram santos; que percorreram vezes sem conta o caminho dos Valinhos.


Brincaram, cantaram, amuaram (sobretudo a Jacinta), rezaram... tudo faziam, tal qual as crianças de hoje fazem. Também nós fizemos esta experiência de percorrer o seu caminho pela serra. Durante esse percurso, pudemos ouvir os passarinhos, sentir o aroma da vegetação, contemplar a rudez das pedras que compõe esta Serra d`Aire. Também nós rezámos, cantámos, brincámos e convivemos num ambiente de alegria e entusiasmo. As várias dinâmicas, orientadas por alguns catequistas, permitiram que tudo acontecesse em jeito de alegre curiosidade. E foi gratificante ver como os vários grupos se movimentavam silenciosamente e ordeiramente entre um grande número de peregrinos que naquele sábado acorriam a Aljustrel e aos Valinhos.

O calor apertava, o cansaço pelo caminho percorrido manifestava-se em muitos de nós e a fome fazia-se sentir. Era necessário apelar ao sacrifício! Mas não por muito tempo... Os pais e alguns avós já nos esperavam com a mesa quase posta de deliciosos manjares. Que alegria pairava no ar, ao verem as mantas no chão e, todos juntos, partilharem do que traziam. Foi um bonito momento de vivência comunitária!


Com a fome saciada, partimos para a visita aos túmulos dos Pastorinhos. Da escadaria do Santuário, olhámos a imagem de Maria e deixámo-nos olhar e interpelar por ela. Também nós, ali, lhe dissemos que queríamos oferecer a nossa vida a Deus. Tal como os Pastorinhos, quisemos escutar o recado de Nossa Senhora. E aceitámos o convite à oração e a abrir o nosso coração à mudança! Escutámos pequenos desafios, que nos impulsionam a ser mais obedientes, mais corretos, mais amigos e mais esforçados, sobretudo ao fazer o que mais nos custa.

Terminámos a nossa peregrinação celebrando o grande Mistério de Amor que é a Eucaristia. As crianças do primeiro ano ficaram junto ao altar. E foi tão emocionante ver como tiveram um comportamento tão ajustado! O cansaço era algum, mas não impediu que estivessem atentos a tudo o que ia acontecendo.


Foi um dia cheio de emoções, feito de sorrisos e simplicidade! “Valeu a pena todo o cansaço”, dizia alguém!

“Quereis oferecer-vos a Deus?” – perguntou Nossa Senhora. As crianças disseram: “Sim, queremos”! E nós?